sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Marta e Maria: Um convite para pensar sobre como lidamos com a vida.

IP do Jaraguá, domingo, 01/2/2009

Lucas 10:38-42

Marta é uma das personagens da Bíblia com quem as pessoas mais se identificam, principalmente as donas de casa zelosas e dedicadas. Mas, além delas, costumam a se identificar com Marta as pessoas que trabalham muito, que são agitadas e preocupadas com os seus muitos afazeres, aquelas que se sacrificam para que a família ou seus convidados tenham o melhor.

O mundo em que vivemos valoriza muito pessoas assim. Estar sempre ocupado, trabalhar muito, desperta o respeito e a admiração, é um sinal de virtude, do quanto a pessoa é importante. Isso é demonstrado em expressões populares do tipo: “Deus ajuda a quem cedo madruga”.

O relato bíblico nos informa que Jesus estava de passagem por aquela aldeia e decidiu ficar hospedado na casa de Marta. Enquanto Marta corria com o serviço, Maria, sua irmã mais nova, sentou-se aos pés de Jesus na sala junto com os homens para ouvir os seus ensinamentos. A atitude de Maria despertou a indignação de Marta, certamente em relação à sua irmã, mas principalmente em relação a Jesus, tanto é assim que ela o questiona na frente de todos: “Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!”. Por essa fala podemos concluir que Marta estava se sentindo injustiçada, mas também estava sentindo que todo seu esforço em agradar a Jesus não estava sendo reconhecido por ele.

Ao responder à Marta Jesus aponta o real problema: Ela o estava servindo do jeito dela e não do jeito que ele gostaria de ser servido. Jesus veio a esse mundo com uma missão clara, comunicar a boa notícia de que Deus havia inaugurado um novo tempo no qual as pessoas teriam a oportunidade, através dele, de se reconciliarem com Deus recebendo o perdão e a salvação. Diante da sua missão, o que mais importa para Jesus é que pessoas estejam aos seus pés, em atitude de busca e submissão aos seus ensinamentos.

À exemplo de Marta tendemos a lidar com a vida da mesma forma, tendemos sempre a querer resolver as coisas do nosso jeito. Todos nós trazemos a nossa visão de mundo que foi construída ao longo da nossa história e condicionada pela nossa criação e experiências de vida, o problema é que essa visão de mundo nem sempre está correta, e, por não perceber ou admitir isso, fazemos escolhas, tomamos atitudes que acabam trazendo para nossas vidas uma sobrecarga de preocupações e inquietações.

O contraste que o texto bíblico apresenta não é entre uma vida ativa e uma vida passiva, mas entre a pessoa que conduz sua vida a partir da sua própria cabeça e a pessoa que conduz sua vida a partir das orientações de Jesus. Quem quer resolver sua vida do seu próprio jeito tende a viver sobrecarregado de inquietações e preocupações, e quem vive a partir de Jesus não está isento de cargas e inquietações, mas as tem na medida certa, ou simplesmente tem a cargas corretas e necessárias.

Para se viver carregando apenas as cargas corretas e necessárias é preciso lidar com a vida do jeito certo, do jeito de Jesus, mas para isso precisamos nos colocar aos seus pés em atitude de busca por sua vontade e desejo sincero em se submeter a ela.

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